Nos últimos anos muitos estudos acerca da meditação estão sendo realizados, entre eles estudos de neuroimagens dos cérebros de pessoas meditando revelam os estímulos que ocorrem durante a prática, principalmente nas áreas ligadas à memória, foco e empatia.
Para estudar e definir as mudanças que ocorrem no cérebro ao meditar, pesquisadores analisaram a diferença entre um cérebro com atividade normal e o de alguém que está meditando. Após o experimento de 20 minutos meditando, notaram uma queda nas ondas betas no cérebro, impactando diretamente o funcionamento dos processos informativos.
Consequentemente, os cientistas buscaram entender como essa redução na atividade cerebral se relaciona com melhora de concentração, menos ansiedade, mais criatividade e uma memória mais potente.
Confira abaixo as principais descobertas referente às mudanças no cérebro por meio da meditação
1. A meditação muda a massa cinzenta do cérebro
Quando uma pessoa aprende uma habilidade particular – como a meditação – ela está exercitando essas áreas de massa cinzenta (que são as células cerebrais conectadas umas às outras), cujo trabalho é formar essa habilidade.
Assim como nós percebemos o ganho muscular após o exercício físico, pesquisas da Universidade da Califórnia apontam que a meditação pode estimular o crescimento de novas células cerebrais – o que significa uma massa cinzenta mais mensurável em certas áreas do cérebro.
2. A meditação também tem sido associada à mudanças no hipocampo, a parte do cérebro responsável por formar memórias e consciência espacial
Um estudo de 2011, publicado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA comparou os cérebros de pessoas que meditaram por cerca de 40 minutos por dia com os cérebros de pessoas demograficamente pareadas que não meditaram de forma alguma.
Exames de imagem cerebrais revelaram que havia algumas áreas do cérebro do meditador com mais massa cinzenta – e uma dessas áreas era o hipocampo. O mesmo estudo também comparou os cérebros dos não-meditadores àqueles que acabaram de passar por um programa de meditação de oito semanas, encontrando os mesmos resultados.
Esta área do cérebro, responsável pela conversão de memórias de curto prazo em memórias de longo prazo, é muito importante. Portanto, a existência de matéria cinzenta extra é algo para se comemorar.
3. A meditação também está ligada ao crescimento das células cerebrais no córtex pré-frontal – a parte do cérebro responsável pela tomada de decisões e bom senso
Logo atrás da testa se localiza o córtex pré-frontal, região responsável por atividades como tomada de decisão entre o certo e o errado, até a análise das situações e raciocinio abstrato. De acordo com o Dr Craig Hassed, da Monash Medical Faculty (EUA), esta é outra área do cérebro que ganha uma massa cinzenta mais espessa entre aqueles que meditam regularmente.
4. Enquanto algumas partes do cérebro parecem crescer com a prática da meditação, as amígdalas das pessoas que meditam são tipicamente menores que a média. Mas isso é bom
“Se você está tentando se livrar de um tigre ou de um tubarão, sua amígdala dispara; isso desencadeia uma reação de fuga. É o centro de estresse”, diz o Dr. Hassed.
Obviamente, é importante ter um centro de estresse funcional, mas o problema surge quando a amígdala está disparando sem motivo, que é o que acontece quando uma pessoa está cronicamente ansiosa e estressada – situação de grande parte da população mundial.
Assim, à medida em que a meditação acalma a mente, ela, por sua vez, pode acalmar a amígdala, reduzindo sua atividade. A meditação pode, portanto, literalmente modificar o seu cérebro. É necessário disciplina diária de 15 a 20 minutos de meditação para que, com o tempo, os benefícios sejam vivenciados.