O Brasil é o país mais ansioso do mundo e o líder em casos de depressão na América Latina, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde)¹. Embora esses dados sejam alarmantes e a realidade por aqui não seja nada animadora, muitas organizações ainda não compreenderam completamente seu papel relevante no combate a esses transtornos.
Oferecer serviços de qualidade de vida e bem-estar dentro das empresas é uma importante ferramenta para o cuidado com a saúde mental dos colaboradores. Contudo, grande parte das organizações ainda não implementa ações suficientes para cuidar do bem-estar de seus colaboradores.
Uma pesquisa realizada pela Oracle e Workplace Intelligence² revelou como as iniciativas atuais não são capazes de solucionar o problema, pois segundo o estudo, 84% dos brasileiros acreditam que suas empresas deveriam estar fazendo mais para melhorar a saúde mental no trabalho.
Entre as principais justificativas apontadas, para a ausência de ações referente ao cuidado com a saúde mental, está a falta de orçamento, citada por 50% das empresas.
Os efeitos de não cuidar da saúde mental dos colaboradores
Alta rotatividade, falta de concentração, baixa produtividade, absenteísmo (faltas ou atrasos), presenteísmo (quando o colaborador está presente, mas não consegue se dedicar totalmente às suas atividades), entre outras características são comuns quando um profissional está enfrentando problemas de saúde mental.
A ausência de cuidados com o bem-estar mental custa caro para a sociedade, pois a depressão e a ansiedade custam por ano 1 trilhão de dólares à economia global, cerca de 3,5 trilhões de reais. Porém para cada 1 dólar investido em prevenção e tratamentos, o retorno é de 4 dólares.³ Dados como esse reforçam ainda mais a importância desse tema dentro das organizações.
Como agir na prática
Assim como na saúde física, os transtornos mentais têm causas diferentes e se manifestam de várias formas. Do ponto de vista da empresa, algumas atitudes gerais podem ajudar a proporcionar um ambiente mais saudável. Conheça as melhores práticas:
- A MINDSELF recomenda, primeiramente, a realização de um mapeamento da situação, feita através de uma pesquisa de clima organizacional;
- O segundo passo é normalizar o assunto no dia a dia da empresa. Sendo assim, não basta lembrar da saúde mental apenas em datas específicas, como Janeiro Branco ou Setembro Amarelo. É necessário integrar o assunto ao cotidiano;
- Isso nos leva ao próximo ponto, a maneira de abordar a temática. Enviar campanhas de conscientização somente por e-mail tem pouco efeito, é importante trazer os líderes para o centro da discussão, para que o tema chegue até todos os colaboradores;
- Também é necessário manter um canal de comunicação sempre aberto para que os profissionais possam recorrer em caso de dúvidas. Além disso, este espaço permite que os líderes e gestores percebam sinais de deterioração mental que os colaboradores possam estar demonstrando, como faltas constantes, queda de produtividade, mudanças repentinas de humor e etc;
- Implementar ações que ajudem a prevenir e a reduzir os sintomas dos transtornos mentais também deve ser uma tarefa essencial nas organizações. Atividades como ginástica laboral, palestras sobre equilíbrio emocional, sessões de meditação guiada e a adesão de programas de bem-estar contribuem muito para a saúde mental dos colaboradores.