A saúde mental dos colaboradores vem causando grande preocupação para a área de recursos humanos e de saúde corporativa, mesmo antes da pandemia do Covid-19. Em 2017, por exemplo, o Boletim sobre Benefícios por incapacidade mostrou que transtornos mentais e comportamentais como ansiedade e depressão foram a terceira maior causa de afastamentos no mundo corporativo, e corresponderam a 9% do número de concessões de auxílio-doença.
Em razão disso, cuidar da saúde mental dos colaboradores tornou-se cada vez mais importante, uma vez que quando ela é prejudicada, tanto o próprio funcionário quanto toda a organização, com certeza, irão sofrer consequências indesejadas.
Principais causas do desgaste mental dos colaboradores
Com um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, as corporações buscam uma produtividade intensa dos profissionais, gerando uma pressão excessiva no ambiente de trabalho. Associado a essa cobrança, há outros fatores que acabam intensificando o stress emocional do trabalhador, como a carga horária extenuante.
Além disso, o stress constante impede que o funcionário consiga atingir o seu aproveitamento máximo ao realizar as suas funções, gerando um ciclo vicioso de autocobrança e de ansiedade. Como consequência disso, diversos transtornos de saúde mental podem se estabelecer.
Confira a seguir uma lista de algumas das principais causas:
· Cobrança intensa por metas inatingíveis.
· Estímulo maior à competitividade do que à colaboração.
· Assédio moral.
· Jornada de trabalho exaustiva.
· Clima organizacional estressante.
· Ameaças de demissão.
· Falta de comunicação e má gestão.
· Falta de flexibilidade.
É evidente que em um ambiente de trabalho diversas situações difíceis do dia a dia são comuns, levando as pessoas a pequenas frustrações que podem ser facilmente endereçadas, até a situações que leve algum profissional, gradativamente, a uma situação de adoecimento emocional, geralmente intensificadas ou desencadeadas também por fatores pessoais. Porém, se uma empresa investe na saúde mental dos seus funcionários, tanto do ponto de vista preventivo quanto do ponto de vista reativo, essas situações podem ser minimizadas.
Sendo assim, gestores, líderes e profissionais de Saúde Corporativa e de Recursos Humanos, podem implementar medidas, ações e programas estruturados para cuidar do bem-estar e fomentar a qualidade de vida e o desenvolvimento da sua equipe. Veja algumas delas:
Criar um protocolo para lidar com doenças mentais
Para obter sucesso, dentre diversas ações, é necessário que a empresa compreenda o que deve ser feito nesses casos, deve capacitar a liderança sobre como lidar com tais situações em seus times, sabendo acolher o colaborador e direcioná-lo adequadamente dentro da empresa. Além disso, deve fazer campanhas intensivas de comunicação para que o assunto passe a ser tratado com maior naturalidade dentro de toda a organização, fazendo com que se crie um ambiente propício para o colaborador se sentir à vontade em se abrir dentro da empresa quando começar a enfrentar uma questão emocional.
Incentivar terapias e práticas de meditação
Algumas das alternativas seriam oferecer sessões de psicologia, programas estruturados de meditação como um cuidado preventivo, institucionalizar pausas saudáveis para os colaboradores e outras intervenções eficientes. Desta forma, surgem benefícios importantes, como o equilíbrio emocional, foco, motivação, diminuição do stress e da ansiedade.
Promover ações constantes sobre o assunto
É de suma importância promover uma cultura de saúde mental na empresa para que o assunto permaneça evidente. Assim, todos os envolvidos se sentirão seguros e até mesmo habilitados para identificar em si ou nos colegas quando algo não estiver bem.
Manter o canal de feedback ativo
O feedback por parte da liderança é fundamental para mostrar bons resultados e apontar falhas que precisam ser melhoradas. Quando for necessário instruir um profissional, faça com empatia e em particular para evitar constrangimento e conflito.
Resumindo, cuidar da saúde mental/emocional de todos os colaboradores (incluindo os líderes) na sua organização, tanto com programas estruturados e ações pontuais preventivas quanto reativas, é importantíssimo e está cada vez mais presente como preocupação do próprio board das empresas. Deixar esse assunto em segundo plano seria um erro grave e poderia, potencialmente, impactar os resultados e o próprio futuro da empresa no mercado.