Apesar de parecer uma novidade, a sigla ESG está em evidência dentro do movimento ambiental desde 2004 e é usada para avaliar o compromisso em prol dos objetivos sociais que vão além do papel de uma corporação e seus lucros.
Segundo a consultoria americana McKinsey, ações voltadas ao ESG já somam mais de US$30 trilhões em investimentos no mundo, o que mostra a importância que a sigla envolve.
Mas o que é ESG?
Do inglês, Environmental, Social and Governance, em tradução livre Meio Ambiente, Social e Governança, envolve as melhores práticas ambientais, sociais e de governança dentro das organizações.
É equivocado pensar que a sigla, por estar ligada à sustentabilidade, seja somente sobre mitigar danos ambientais. Quando uma empresa incorpora o conceito de ESG e suas práticas, se preocupa também com as relações entre seus fornecedores, funcionários, a transparência nos processos e a prevenção de fraudes, por exemplo. Os critérios do ESG representam um desafio para sociedade e estão ligados fortemente aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Relacionados ao E, do campo ambiental, as ações são voltadas à redução dos impactos das operações das corporações no planeta, como a geração de resíduos e a emissão de gases de efeito estufa. O uso de carros elétricos pelas organizações – sem a necessidade de combustíveis fósseis, que são altamente poluentes – servem como exemplo aqui.
No campo S, de social, enfatizam as relações das empresas com seu público, com seus colaboradores e a comunidade no seu entorno. Aqui falamos das relações trabalhistas, da diversidade e inclusão, da criação e promoção de programas de voluntariado e do apoio na resolução de conflitos.
Já as práticas internas de tomada de decisões, de acordo com as leis vigentes, estão no eixo G de governança, que inclui estratégias anticorrupção, de gestão de riscos e ações de transparência fiscal. O G é o guardião da sigla e tem um olhar apurado sobre o E e o S. Se não há um código de conduta, apuração de ocorrências, um canal para denúncias, como essa empresa cuidará do meio ambiente e da parte social?
Mas quem precisa de ESG?
Todos os tipos de organização podem aplicar as práticas de ESG, desde uma grande corporação até uma pequena empresa. O desafio é promover as ações dentro das necessidades e riscos de cada uma. Para encontrar o ponto ideal, vale buscar orientação especializada.
Importante salientar que organizações que adotam esse conceito, passam por um processo recorrente de avaliação, além de contar com as estruturas voltadas ao ESG como comitês e diretoria especializadas, investir na formação e contratação de profissionais para a área e obter os certificados necessários. Todo o cenário institucional é mapeado e um plano de ação deve ser desenvolvido.
Ao começar a ser aplicado nas organizações, o departamento de sustentabilidade ganha outro status e passa a ter verbas menos restritas. O impacto é ampliado junto com os investimentos. Nesse caso, não apenas consumidores, mas investidores podem exigir comprovações sobre o cumprimento de metas de ESG.
Uma empresa precisa observar os seguintes pilares para ser ESG:
- Qual seu propósito e como sua participação melhora a sociedade
- Levantar suas emissões em todos os níveis e definir as metas de redução alinhadas às melhores práticas
- Implementar relacionamento com a comunidade, clientes e fornecedores. Abrir canais de diálogo e mapear as dores e como elas se relacionam com a empresa
- Promover políticas de governança e transparência.
Implementar o ESG é uma decisão importante e urgente, que pode impactar a sobrevivência das organizações em um futuro próximo, porque essas práticas vão refletir na reputação empresarial, na captação de investimentos, redução de custos e na retenção de colaboradores, entre outras demandas. É uma maratona, mas precisa ser iniciada.